Thursday, October 26, 2006

Biossegurança: saber, política e sociedade no Brasil Contemporâneo

Tendo como referência inicial as reflexões de Michel Foucault sobre os conceitos de biopoder, pretendo abordar o tema da biossegurança a partir de uma Antropologia do Conhecimento. Seguindo o exemplo dos estudos etnográficos realizados por Paul Rabinow, Bruno Latour e Corin Hayden, proponho analisar a forma como as novas biotecnologias, principalmente o conceito de DNA Recombinante, estão se relacionando com o campo social e econômico, perpassando uma grande diversidade de cenários e constituindo novas práticas, saberes e enunciados políticos. Em termos de metodologia, farei uso da noção de etnografia multisitiada, proposta por George Marcus. Segundo esse autor, precisamos incluir em uma única etnografia conexões entre múltiplas determinações locais e macro-estruturais. Marcus propõe uma etnografia elaborada para seguir processos que estão em diferentes locais ao mesmo tempo, que operam simultaneamente em um conjunto de cenários. Trata-se de uma etnografia polifônica voltada para a representação da multiplicidade de agentes e vozes, permitindo traçar justaposições, conexões e configurações que são essenciais no mapeamento aqui proposto.